quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Pedra Angular

Existem profecias no Tanach sobre a pedra angular referindo-se ao Mashiach e nelas aprendemos lições muito importantes. Entre elas, Zacarias 10:4, Salmos 119:22 e Isaías 28:16. O termo em hebraico é “Pinnáh”. Traduzido como pedra angular ou pedra de esquina e a este termo se aplica alguns significados. As vezes se refere aos líderes como em Juízes 20:2. Também traduzida como canto ou esquina como em Êxodo 38:2. Porém o seu significado mais específico é como pedra angular como está escrito nos versículos acima que apontam para o Mashiach. Mas, em todos os casos “Pinnah” é colocado sobre uma base, um fundamento pré-estabelecido, tendo assim a função de ser a pedra principal da edificação, mas não o seu fundamento, não a sua base. No livro de Jó, quando o próprio Eterno exorta Jó, é citado o termo “Pinnah” e no texto é explicado que antes da pedra de esquina ou angular ser lançada, existe um fundamento que é pré-estabelecido. O texto diz: “Sobre o que estão fundadas as bases (pilares que sustentam as edificações e dão a base para as construções), ou quem lançou a pedra angular” Jó 38:6.
Vamos entender agora a função da pedra angular ou de esquina, e a aplicação do termo pinnah, a fim de entendermos porque o termo foi aplicado num aspecto profético para o Mashiach. Em primeiro lugar já entendemos que a pedra angular está sobre uma fundação. Mas, qual seria a fundação que vem antes da própria pedra angular? Antes do Eterno trazer a existência tudo o que existe, ele desejou, projetou e estabeleceu os mecanismos que permitissem o surgimento de tudo e de todos. De uma forma resumida, pois o tópico precisaria de um estudo extenso para alcançarmos um entendimento melhor, antes da criação o Eterno estabeleceu um mecanismo para criar tudo e todo e isto incluía as 22 letras do alfabeto hebraico e as dez sefirot. De uma forma simples de entender, a contração e ocultação da luz, somado a canalização da emanação da Luz e os filtros que diminuem sua intensidade, fez com que surgisse o mundo existente em todos os seus níveis e formas. Este mecanismo primordial é a própria essência da Torah e é revelado na Torah. É a instrução Divina que forma o DNA da própria existência. 
Após isto, sobre este fundamento, foi criado o primeiro ser através do qual surgissem os outros seres. O primeiro a ser criado foi revestido de vestes que são conhecidos como os mundos. Este ser é o primogênito da criação, o primeiro a ser criado e foi criado a imagem do Eterno, assim também como nós, pois através das 10 sefirot é transmitido para ele e para nós a informação primordial sobre quem é o Eterno, obviamente num nível controlado e limitado pela capacidade de cada recipiente absorver a luz Divina. Sobre isto existe um ensinamento de Shaul hashaliach:
“O qual (o Mashiach) é a imagem do Elohim invisível (termos também usado para nós em gênesis 1:27, já que todos nós existimos através da canalização da luz através das 10 sefirot) o primogênito de toda a criação (o primeiro a ser criado)”.
(encontrado em Colossenses 1:15)
Neste contexto a grande diferença do Mashiach, cuja origem é Adam Kadmon, o homem primordial, é que ele foi o primeiro a ser criado e através dele foram criados tudo o que existe. Dele saíram as almas e sobre ele foram colocadas vestes (mundos). O grande propósito é um dia todos nós alcançarmos a unidade novamente, e funcionarmos de novo como um organismo, interagindo com o Eterno desta forma. Shaul hashaliach para explicar isto, usa o termo “corpo do Mashiach”, mostrando que embora pareça que somos indivíduos totalmente independentes um do outro, na verdade somos parte de um mesmo organismo, porém no momento estamos num estado fragmentado. Este é outro assunto que precisa ser tratado de forma extensa em outro momento. Voltando a questão do Mashiach, ele é aquele que reflete a Luz Divina com mais intensidade pela sua capacidade de absorver mais luz e ao mesmo tempo pela ausência de kelipot (cascas de impureza) que permite uma transmissão de luz muito intensa. Por isto Yochanan hashaliach o chama de lâmpada do Eterno. Em todos os casos o Eterno é a única fonte de Luz e o próprio Mashiach recebe do Eterno a Luz que está sobre ele assim como toda criação, com o diferencial de absorver uma maior quantidade como já explicado.
Agora vamos tratar do termo “Pedra angular” e sua aplicação ao Mashiach. A pedra angular é uma pedra colocada no topo de um arco que traz equilíbrio sobre as outras pedras, balanceando as forças opostas. O arco, obviamente está assentado numa base, num fundamento. A pedra de esquina refere-se a uma pedra colocada nos cantos de uma edificação para alinhar as outras pedras e conceder uma sustentação para a edificação. Neste caso existe também um fundamento que é colocado antes das pedras de esquina que ficam nos cantos. O terceiro caso é pedra fundamental que pode ser uma forma de dizer pedra angular ou de esquina, mas que também recebe uma definição própria, esta não compatível com o termo Pinnáh. Numa definição própria do termo pedra fundamental, a sua função é apenas simbólica, como um marco que é colocado antes da edificação. Nesta definição a pedra fundamental é colocada no começo de uma edificação para se tornar um marco simbólico, porém sem função de sustentação ou equilíbrio na obra. Nela há um inscrição, as vezes é ornamentada e se difere das outras. Em alguns casos, como numa cidade, é um marco simbólico colocado antes de começar as obras de construção. Neste caso, no que se refere a edificação, também está colocada sobre um fundamento, porém não exerce a função de equilibrio ou de sustentação ou mesmo de alinhar as outras pedras. Além destas definições, a pedra angular também tem o significado de ser a pedra principal da edificação, no sentido de ser o líder, o cabeça, o chefe.
À luz desta explicação, o Mashiach recebe o título de pedra angular ou de esquina, porque é a pedra principal entre outras pedras, e ao mesmo tempo a pedra que trará o equilíbrio necessário as outras pedras, com a função também de fornecer um alinhamento e dar firmeza e consistência na construção. Além disto, é o Rosh, o líder, o ‘cabeça’ da edificação. Esta é exatamente a função do Mashiach dentro de um contexto judaico, sendo uma das pedras da construção, não a única, e servindo como pedra principal na medida em que traz equilíbrio e sustentação as outras pedras. Porém, sozinho não teria função nem haveria edificação e é bom lembrar que também se apoia sobre o fundamento da Torah como todas as outras pedras. Neste contexto, embora o Mashiach seja importantíssimo, não tira a importância também das outras pedras que compõem esta edificação. Em outras palavras, embora o Mashiach seja a pedra principal na edificação, ela só é eficaz com a participação das outras pedras. Assim, ao exaltar a importância do Mashiach, não deixamos de valorizar o papel de Abraão, de Moisés, de David, dos discípulos do Mashiach, de Baal Shem Tov e de todas as outras pedras que compõem esta edificação, sendo você e eu também parte integrante desta edificação.
Como explicado o termo pedra fundamental também pode ser usado como uma outra forma de dizer que a pedra de esquina ou de canto é a pedra principal e fundamental para a obra. Porém existe também o conceito de pedra simbólica que é colocada no começo de uma edificação e neste caso não pode ser aplicado ao termo Pinnah. Porém, o sistema religioso romano manipulou este conceito para criar uma base falsa para a concepção de um messias deus que não precisa de ninguém e que resolve tudo sozinho. De forma quase subliminar a mensagem deste sistema religioso apostada, é que o messias deus veio, e a partir dele começou de fato a edificação “verdadeira” composta pela pretensa “igreja de Cristo”, tendo como sede Roma. Neste contexto a pedra de esquina assume uma função que ela não tem de ser próprio fundamento da construção, como se fosse uma pedra que servisse de base para a edificação, função esta que não se aplica a nenhuma das definições do termo “Pinnah”. O que Roma na verdade fez foi ensinar este conceito, porém a aplicação da definição de pedra fundamental é incompatível ao termo pinnah, a fim de servir aos seus propósitos. Ou seja, o sistema religioso romano estabeleceu uma visão do messias deus, como uma espécie de pedra fundamental simbólica que fosse um marco inicial e um ícone para o estabelecimento desta nova religião. Porém esta pedra fundamental segundo a concepção de Roma, embora parecesse ser o fundamento seria na prática apenas um ícone, pois o fundamento seria a própria doutrina estabelecida pelo sistema religioso romano, o qual também reinaria como representante do messias deus. A partir daí todos os conceitos bíblicos foram ajustados e manipulados, a fim de corroborarem com os dogmas e fundamentos da teologia romana, que serviria como base, substituindo a própria Torah. Assim o messias deus do sistema religioso romano não é a pedra angular, mas uma pedra simbólica, e todo o conceito de deidade, inclusive do deus trino, tornam-se ícones usado por este sistema, a fim de que reine na terra e estabelece sua própria lei, tornando-se “mãe da própria bíblia” neste surto doutrinário motivado pela busca de poder. Obviamente isto irá desmoronar nos últimos dias, quando muitos acordarem e então se cumprirá a profecia de Isaías 2:2,3. Então as pessoas voltarão ao D’us de Jacob e não a divindade criada pelo sistema religioso romano, e aprenderão a Torah e a Palavra de D’us de Tsion e Jerusalém respectivamente.
Quanto ao conceito da pedra angular ser rejeitada pelos edificadores, se refere ao fato de Mashiach ben Yossef ficar oculto à Casa de David, a fim de cumprir sua missão trazendo de volta a Casa de Israel e as pessoas das nações que se converterem ao Eterno. Isto perdurará até que a Casa de David se una a Casa de Israel nos últimos dias. Mas antes disto, a visão correta da vinda de Mashiach ben Yossef será totalmente retirada da Kelipa (da casca de impureza) do sistema religioso romano, e só se revelará quando este sistema não existir mais, quando a babilônia receber seu julgamento da parte do próprio Eterno.

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