quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A PODA DA ROSEIRA

Cecilia Meireles aprendeu com a primavera a deixar-se cortar e voltar sempre inteira.
Pensei nela imediatamente após visualizar uma metáfora gerada pela mente que acabou de ler sobre a recuperação das roseiras depois desofrerem a poda. Ainda não li, apenas folhei o livro Coloque um Ponto Final, de Henry Cloud.
É perfeita a analogia, quase pude ver os galhos lançados ao chão, efeito do corte sem dó, enquanto partes de si ficam presos no corpo da pequena árvore de espinhos. Acontece o mesmo quando o processo de desapego começa a dar sinais de verdadeiras despedidas, os cortes acontecem diante daquilo que precisamos interromper - o crescimento, a continuidade, o alongamento. Fere de morte o golpe, mas as pontas agudas que se formam nos galhos encurtados podem bem ser as garras das quais precisamos lançar mão para escalar a vida outra vez, agarrando-nos para não cair.
Visualizando a roseira podada que sofreu os duros golpes, vi nos galhos a renovada força, e pensei na próxima florada, nos botões viçosos, na cor viva da rosa aberta, macia, perfumada.
Como na vida, os ciclos se fecham, colocando um ponto final, que significam renovação, mudança!
Como a roseira se refaz e produz belas rosas, nós superamos os cortes, os golpes, a morte - e, uma vez renovados a esperança e o ânimo, somos capazes de gerar novos rumos, desbravar caminhos e, tal qual a primavera, florir uma nova vida!

Este é o caminho da cura, e, como vocês, já vivi esse filme, o enredo conheço de cor!

Um comentário:

  1. Podando uma roseira em sonho acordado é subconsciente, por analogias ouvir que uma pessoa adoece grave por cigarro fumo é consciente e nesse podar consciente vejo a mãe do fumante idosa e acordada remeto ela não suportará a perda do filho, vejo o podar assim renovar material sem outra intervenção moral que é o autocontrole diante de duas vidas.

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