terça-feira, 9 de setembro de 2014

Novo ano, não no calendário, mas dentro das nossas vidas

"O novo ano não é um ano novo. É a continuidade da vida com um interlúdio festivo. Não mudamos porque o ano seja novo! Mudamos porque a vida nos bate na cara, ou porque a nossa inteligência e o nosso amor nos dizem que devemos ser mais humildes aqui ou mais reivindicativos acolá, mas sempre mais humanos! E ser mais humano não é deixar cair os nossos legítimos interesses e direitos, mas usá-los como quem sabe que possui uma força que deve ser habilmente conduzida, e não uma verborreia de impropérios que apenas nos satisfaz momentaneamente.
O mundo não muda de repente, que não pelas ações individuais que se vão tornando colectivas por contágio. Um dos grandes males é a nossa omissão em muita coisa. Dizermos que não fazemos mal a ninguém, pode ser afinal maior erro do que o erro em si. Devia haver o Dia Internacional da Responsabilização por Omissão. Muitos pecados sociais são precisamente o da nossa não ingerência, não como quem invade ou abusa, mas como quem deixa uma palavra que pode salvar situações e pessoas. Pode ter o custo da reputação, do amor próprio ou outra coisa qualquer, mas é nestas supostas minudências que se prova um Homem!
Imprescindível, pois, não são os votos de boas festas ou muitas passas, mas a disponibilidade que possamos ter para nós mesmos e para os outros, numa vertente concertada de espaço inter-relacional. E que o sonho, a paz e o amor comandem a lista das nossas prioridades em gestos simples mas efetivos do quotidiano. Então sim, será um novo ano, não no calendário, mas dentro das nossas vidas."

Daniel Cândido da Silva

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