quarta-feira, 5 de abril de 2017

Guechazi servia Elishá

Resultado de imagem para Talmud diz que há uma cobrança por Elishá
Guechazi servia Elishá, porém cometeu alguns erros, segundo nossos chachamim. Um deles era o de se sentar à porta do bêt hamidrash, enquanto Elishá estava dando shiur. Assim, as pessoas viam que ele não entrava para ouvir seu rav, concluindo que o shiur deveria ser desinteressante. Nossos chachamim dizem que Guechazi incentivou passivamente, somente com o fato de não entrar, os alunos a não frequentarem as aulas de Elishá, o que é classificado como um ato muito grave.
Outro ponto desfavorável relacionado a Guechazi é analisado pelo Rav Yichyá Teboul Shelita, em seu livro “Marot Yesharim”.
Naaman, rei de Aram, foi aconselhado por uma moça judia, que havia sido raptada por seu exército, a procurar Elishá, para se curar da tsaráat. Naaman foi procurá-lo, porém nem chegou a entrar na casa de Elishá. Um emissário veio à porta e ordenou em nome do navi para ele mergulhar sete vezes no Rio Jordão. O rei se ofendeu, pois não foi recebido pessoalmente pelo profeta. O navi apenas enviara um recado de como ele deveria proceder.
Naaman queria voltar para Aram sem seguir as recomendações de Elishá, porém as pessoas que o acompanhavam dissuadiram-no dessa ideia e o aconselharam a mergulhar no Rio Jordão. Naaman acatou a sugestão e ficou curado.
Depois de curado, Naaman conseguiu, finalmente, se encontrar com Elishá. O rei queria pagar pelo bem que obtivera, mas o profeta recusou o pagamento. Entretanto, Guechazi correu atrás de Naaman, dizendo que Elishá estava querendo seus honorários.
Ao voltar e ser questionado sobre onde estava, Guechazi teve de confessar seu erro. O navi ficou muito triste com a atitude de seu servo e disse que a tsaráat de Naaman passaria para Guechazi e seus filhos. E assim foi.
E por que Elishá não quis aceitar o pagamento de Naaman?
Quando vamos ao médico, temos de pagar a consulta. Isso porque a cura do profissional de saúde ocorre dentro dos conceitos da natureza, com a licença de Hashem109. Elishá pensou que, se recebesse honorários de Naaman, sua cura seria atribuída aos poderes da natureza, e não reconheceria que se tratava de um milagre de Hacadosh Baruch Hu. Ao pedir remuneração, Guechazi diminuiu, aos olhos do rei, a importância de sua cura, feita de maneira milagrosa por Hashem.
Mas, o Talmud diz que há uma cobrança por Elishá ter afastado Guechazi “com as duas mãos”. 
A regra é que se deve “afastar” com a mão esquerda, que é mais fraca, e aproximar a pessoa com a mão direita, mais forte. E Guechazi foi afastado com as duas mãos por Elishá, o que não é correto.
Mas é incontestável que Guechazi desprezou seu rav. Prova é que, ao ser cobrado pelos “honorários” de Elishá, o rei estranhou e pediu para Guechazi jurar. Portanto, inicialmente, Naaman não acreditou nas palavras dele sobre seu rav exigir o pagamento.
Certamente que Elishá não deveria afastar Guechazi “com as duas mãos”, contudo seu servo não se conduziu de maneira correta.

Rabino Isaac Dichi

Nenhum comentário:

Postar um comentário