segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

OS CAMINHOS DA TESHUVÁ E A TRANSFORMAÇÃO DO YETSER HARÁ!

Teshuvá é o processo de retorno ao Eterno. Envolve arrependimento, compromisso de mudar, a adoção da Torah como referencial de vida e acima de tudo a benevolência do Eterno para fazer com que o processo seja bem sucedido. Aqueles que fizeram teshuvá através do testemunho de Ieshua, o Mashiach ben Yossef, precisam entender que este é apenas o primeiro passo. Quando retornamos ao Eterno e começamos a praticar de fato as Mitzvot começa um processo de quebra das kelipot, das cascas de impureza, que foram adquiridas durante a vida. E neste processo fazemos periodicamente uma outra espécie de Teshuvá, relacionada justamente a purificação a fim de que venhamos a nos aproximar do Eterno, num nível mais profundo. Isto afeta completamente a nossa vida, pois a presença de kelipot (várias cascas de impureza) dificultam a entrada de luz e consequentemente a nossa capacidade de entendimento e inspiração espiritual. Yom Kipur é uma revisão anual naqueles que estão ligados ao Eterno, mas a cada shabat e nos dias festivos também passamos por este processo. O objetivo fundamental é nos aproximarmos cada vez mais do Eterno. As Mitsvot trabalham efetivamente neste processo, como um martelo que vai quebrando as Kelipot e preparando nossas almas para uma exposição maior a Luz Divina.
O Yetser hará, a inclinação para o mal, vai sofrendo uma transformação neste processo, pois com a maior intensidade de luz na nossa alma, o nosso corpo também se beneficia com uma sensação agradável de bem estar. A essência do yetser hará é um intenso desejo de alcançar prazer. Como os prazeres proibidos são mais acessíveis e tentadores, é para eles que o yetser hará se inclina. Na medida que recebemos mais e mais da Luz Divina e o próprio corpo passa a ter uma sensação de prazer, os sábios do nosso povo ensinam que o desejo intenso do yetser hará se converte, direcionado-se para prazeres resultantes da Luz Divina. Porém, a Torah não proíbe todos os prazeres relacionados ao corpo, mas regulamenta eles, e assim também desfrutamos destes prazeres lícitos, acostumando o yetser hará a se contentar com eles. Mas, se deixarmos de cumprir as Mitsvot, que D'us nos livre, e negligenciarmos os caminhos do Eterno, que D'us nos livre, então com menos luz fluindo na nossa alma, o yeter hará volta a agir de forma perniciosa desejando o que é proibido na Torah. Na verdade, mesmo quando o desejo intenso do yetser hará está convertido para as coisas boas, ainda existe o desejo para o mau, porém ele está sem força em razão da luz que reveste a alma daquele que está próximo do Eterno.
As Mitsvot, em especial as festas fixas, o mikvê (imersão, não só para a teshuvá inicial, mas posteriormente em vários momentos), o estudo da Torah, a abstinência a tudo que a Torah proíbe e uma séria de outros aspectos da obediência a vontade do Eterno contida na Torah quebra as kelipot e nos capacita a estarmos mais imersos na Luz Divina.


Marcos Andrade Abrão

Nenhum comentário:

Postar um comentário